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CHUTEIRAS
Hoje, a infinidade de chuteiras que estão a disposição dos atletas é incontável. Tem chuteira para pé pequeno, grande, torto, velho, jovem, de unha encravada, trave alta, trave baixa, autocompensado, eletrônico, etc. Tem até para perna-de-pau.

Marcas então, nem se fala: Adidas, Topper, Olympikus e por aí vai. Preços, tem para qualquer bolso; desde alguns reais (chinesas ?) até acima de 1.000 reais.

Mas, no passado não era assim. Havia poucas marcas, todas nacionais. As chuteiras eram de couro, com travas também de couro pregadas ao solado. O preço era inacessível para a maioria dos atletas, então elas eram usadas até que ficassem uns trapos velhos.

Era comum ver algum dedão de fora. Com o desgaste, os pregos entravam no solado e furavam os pés dos viventes e rasgavam as meias. Os jogadores acabavam os jogos sangrando. O Fragata tinha um pé de ferro, daqueles de sapateiro, para consertar as chuteiras. Compravam-se novas traves e o conjunto era substituído.

A única chuteira (ou botina ) de solado de borracha que existia, parecida com as atuais, era a Big. Mas não era qualquer um que tinha dinheiro para comprá-la.

Era um tempo em que as poucas coisas que possuíamos eram muito valorizadas. Hoje, é muito mais fácil comprar uma chuteira. Mas isso não ajudou a criar nenhum craque e nem deixou ninguém mais feliz que no passado. A alegria de jogar no nosso time, com chuteira velha ou nova, foi sempre igual.

Hildo Baldasso - 29/09/2005
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